Programa Científico
Conferencistas:
Denise Pumain
"Digital revolution and geographical values: sience, economy and ethics"
“A major value that is perhaps still specific to geographers is to maintain and develop their spiral wise and multiscalar construction of two distinct but intricate concepts that are territory and space. (…)
As a science, geography values diversity as a fundamental concept for guiding its scientific inquiry as well as an incentive for finding out explanations and perhaps fostering preservation of this wealth for future generations. (…)
New simulation models are now available for validating in a reproducible way a variety of theoretical explanations that were until now merely proved in conformity with statistics but that can now experimented as close as possible to “real life” processes in time and space. (…)
The digital revolution also brings the opportunity to make this in an “open” way, for sharing knowledge and avoiding the impasses of power confiscation and all kinds of overconsumption. How to translate these individual concerns and values into more virtuous collective institutions making good practices with new revolutionary technologies is another challenge, because at both levels, as François Rabelais was saying in 1532, a short time after the diffusion of printing, “science sans conscience n’est que ruine de l’âme”.
Álvaro Domingues
´"Território - Casa Comum"
“Território é um dispositivo de leitura e inteligibilidade do real de uma extrema voracidade; é omnívoro. Alimenta-se praticamente de tudo com a vantagem de tornar visível (dar a ver ou ficcionar enquanto estratégia de objectivação) qualquer problemática sujeita a um processo de “territorialização”. Por isso, ao questionar-se o significado instável de território, questione-se também para que serve e o que transporta o discurso e a representação sobre o território, quem são os interlocutores, qual é o contexto, quais os interesses e conflitos que se escondem por trás das palavras ou das imagens e que inquietações individuais ou colectivas arrastam consigo; quem é convocado no discurso e com que razões, quem toma a palavra e também quem é excluído ou simplesmente ignorado. (...)
Este é o sentido eminentemente político da questão, e a insistência dos discursos sobre a desordem e a degradação dos territórios enquanto bens comuns ou de interesse comum, só pode resultar, não da suposta crise do território, mas da crise da politização do território enquanto conjunto de bens comuns (o que é que é público no território?) desigualmente disputados por colectivos sociais e suas distintas plataformas de deliberação e exercício de poder cujo conjunto também não é uma colectividade. A sobre-abundância de assuntos “territoriais” ou “territorializados” será o combustível e o produto destas polémicas sobre acções no território ou a propósito do território.
Se, a coberto de qualquer tecnicismo falsamente neutro (correlativo de uma ideia bastante generalizada de que cientistas, técnicos e políticos são conjuntos disjuntos), a Geografia e o trabalho dos geógrafos se furtarem à crítica epistemológica da sua principal ferramenta conceptual, é melhor mudar de vida e desocupar o território”.
Conferencistas:
Denise Pumain
"Digital revolution and geographical values: sience, economy and ethics"
“A major value that is perhaps still specific to geographers is to maintain and develop their spiral wise and multiscalar construction of two distinct but intricate concepts that are territory and space. (…)
As a science, geography values diversity as a fundamental concept for guiding its scientific inquiry as well as an incentive for finding out explanations and perhaps fostering preservation of this wealth for future generations. (…)
New simulation models are now available for validating in a reproducible way a variety of theoretical explanations that were until now merely proved in conformity with statistics but that can now experimented as close as possible to “real life” processes in time and space. (…)
The digital revolution also brings the opportunity to make this in an “open” way, for sharing knowledge and avoiding the impasses of power confiscation and all kinds of overconsumption. How to translate these individual concerns and values into more virtuous collective institutions making good practices with new revolutionary technologies is another challenge, because at both levels, as François Rabelais was saying in 1532, a short time after the diffusion of printing, “science sans conscience n’est que ruine de l’âme”.
Álvaro Domingues
´"Território - Casa Comum"
“Território é um dispositivo de leitura e inteligibilidade do real de uma extrema voracidade; é omnívoro. Alimenta-se praticamente de tudo com a vantagem de tornar visível (dar a ver ou ficcionar enquanto estratégia de objectivação) qualquer problemática sujeita a um processo de “territorialização”. Por isso, ao questionar-se o significado instável de território, questione-se também para que serve e o que transporta o discurso e a representação sobre o território, quem são os interlocutores, qual é o contexto, quais os interesses e conflitos que se escondem por trás das palavras ou das imagens e que inquietações individuais ou colectivas arrastam consigo; quem é convocado no discurso e com que razões, quem toma a palavra e também quem é excluído ou simplesmente ignorado. (...)
Este é o sentido eminentemente político da questão, e a insistência dos discursos sobre a desordem e a degradação dos territórios enquanto bens comuns ou de interesse comum, só pode resultar, não da suposta crise do território, mas da crise da politização do território enquanto conjunto de bens comuns (o que é que é público no território?) desigualmente disputados por colectivos sociais e suas distintas plataformas de deliberação e exercício de poder cujo conjunto também não é uma colectividade. A sobre-abundância de assuntos “territoriais” ou “territorializados” será o combustível e o produto destas polémicas sobre acções no território ou a propósito do território.
Se, a coberto de qualquer tecnicismo falsamente neutro (correlativo de uma ideia bastante generalizada de que cientistas, técnicos e políticos são conjuntos disjuntos), a Geografia e o trabalho dos geógrafos se furtarem à crítica epistemológica da sua principal ferramenta conceptual, é melhor mudar de vida e desocupar o território”.